Este relatório foi elaborado através de um estudo de meio realizado no Centro Velho de São Paulo pelas alunas do curso de Pedagogia da Universidade Sant'Anna do 5º semestre (2009). Com esta postagem, temos a intenção de mostrar aos nossos leitores um pouco mais da história da nossa cidade e contribuir para o crescimento de seu aprendizado. Esperamos que gostem!
Relatório:
"Uma volta pelo Centro Velho de São Paulo"
Trabalho de campo realizado em 18.09.2009, no centro velho de São Paulo, com o acompanhamento dos professores Maria Regina, Luis Paulo e Lucineide. O objetivo era de conhecer o centro da cidade e suas transformações, além de ressaltar pontos históricos e culturais, promoveu também a visão de mudanças que o meio tem sofrido com a urbanização.
O estudo deu-se inicio no marco zero de São Paulo: a Praça de Sé, com sua enorme catedral de arquitetura rica em detalhes, que impressiona quem a olha através de sua beleza. Beleza esta que passa despercebida no dia a dia da população paulista.
A mesma começou a ser construída em 1913, sendo finalizada em 1954, no IV Centenário de São Paulo. Todavia, torres ainda não estavam concluídas. O templo católico é a maior obra neo-gótica do Brasil, e também a maior igreja de São Paulo, com 111 metros de comprimento, e 46 metros de largura. Sua cúpula possui 30 metros de altura, e suas torres frontais, 97. (para se ter um exemplo, a coluna de Nelson possui 56 metros de altura, e a Estátua da Liberdade 93.)
A reforma da Catedral foi o estopim para o início de projetos de revitalização no centro de São Paulo, hoje orçados em 140 milhões de reais. A Praça da Sé, onde fica o marco zero da cidade, também foi restaurada. Teve seus postes centenários restaurados, e a segurança reforçada.
Depois da reforma, os 92 sinos voltaram a soar, e as torres frontais abertas à visitação. A igreja é hoje sinal de sucesso das obras no centro Na estação Sé do metrô, a mais importante de São Paulo, passam mais de 1 milhão de pessoas por dia. Nos horários de pico, 100 mil pessoas por hora. É mais um encontro entre duas épocas: por debaixo da catedral em estilo gótico, o metrô transporta milhões de passageiros apressados.
No centro da praça localiza-se o marco zero, construído em 1934 representa o centro geográfico da cidade de São Paulo, de onde se contam as distâncias de todas as rodovias que partem de São Paulo. Simbolicamente representado pela Rosa dos Ventos na qual cada ângulo aponta para uma direção: uma araucária lembra o Paraná, um navio simboliza a cidade de Santos e o Pão de Açúcar o Rio de Janeiro, como exemplos.
Em torno da praça, notamos a presença de inúmeros prédios de arquitetura antiga, que passaram por restaurações, dando-lhe um melhor aspecto, onde abrigam empresas, bancos e órgãos públicos, além da maravilhosa arborização, que favorece o local.
É de fácil percepção a enorme quantidade de moradores de rua existente na região, onde dormem, faz suas necessidades fisiológicas e mendigam alimentos e dinheiro. O mau cheiro e a falta de higiene do local são percebidos logo que se chega à praça, sendo difícil a circulação na mesma.
Ainda no centro da praça existe um monumento de Padre José de Anchieta, projetada e executada pelo escultor e arquiteto italiano Heitor Usai. O "Monumento a Anchieta" foi uma obra oferecida à cidade de São Paulo no seu IV centenário pelas empresas do grupo Sulamérica e Banco Hipotecário Lar Brasileiro. Na festa de inauguração, muitas pessoas estavam presentes, o monumento foi tema de várias reportagens em diversos jornais, inclusive em jornal italiano. É uma escultura em bronze, com 4,87m x 2,60m x 1,18m, e com pedestal medindo 4,50m x 1,96m x 2,05m.
O Apóstolo do Brasil é considerado o primeiro mestre e incentivador da cultura brasileira, ao estudar a língua e os costumes dos nativos, ensinando-os por meio do teatro, da dança, da música e poesia. Foi enfermeiro, historiador, poeta, professor e gramático. Compôs um vocabulário e escreveu a primeira gramática em Tupi: A arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil.
O trajeto continuou no páteo do colégio onde logo que chegamos, percebemos a diferença do ambiente, sendo mais organizado, limpo e bem freqüentado. Do interior tivemos o privilégio de desfrutar de uma área verde, que nos permitiu um momento de sombra em meio ao sol quente daquele dia, para completar a beleza do local, possui ainda pequenas aves (passarinhos) e um aquário com peixinhos, além da ampla visão de São Paulo que o local oferece. Ao contrario da Praça da Sé, o páteo do colégio possui coleta seletiva de lixo, sanitários com custo para manter o local limpo e adequado para utilização.
A primeira construção tinha aproximadamente 90 metros quadrados, segundo informações históricas. Foi chamado de escola de meninos, em 25 de janeiro de 1554, dia do "nascimento" de São Paulo.
O Páteo do Colégio se tornou num símbolo da cidade, e ainda um símbolo da memória paulistana, afinal resistiu à verticalização, o que em São Paulo já é uma grande proeza.
O Importante é que o Colégio de São Paulo de Piratininga guarda tesouros inesperados, em meio à cidade que "não pode parar", por ter sido considerada a primeira construção da cidade. O prédio de 1554 já foi destruído há muito tempo, e o novo foi ampliado, gerando assim o edifício atual. Restou apenas uma parede, que é chamada de “Parede de Taipa de Pilão”, que é um dos poucos testemunhos da arquitetura colonial seiscentista realizada no Brasil, sendo o mais importante resquício material da época da fundação da cidade de São Paulo.
Muita gente se sente numa outra cidade quando passa em frente ao Páteo do Colégio, por que parece um pedacinho da cidade parado no tempo. Um grande contraste com o que há "logo ali". Para se ter uma idéia, Padre José de Anchieta, Jesuíta, foi quem teria decidido que ali seria um bom lugar para a construção que abrigaria os jesuítas e aonde ocorreria a catequização de índios. Em 25 de janeiro de 1554, o padre Manuel de Paiva celebrou a primeira missa, era o nascimento de São Paulo de Piratininga.
Dois anos depois, em 1º de novembro de 1556, foram inaugurados a casa, construída pelo Cacique Tibiriçá, e o colégio. Embora muito famoso, o Colégio não está entre os pontos turísticos mais visitados. Funciona atualmente um museu com peças sobre a época e uma biblioteca.
O espaço é interessante para lazer familiar, permitindo segurança e bem estar.
No decorrer do trabalho de campo, passamos por determinadas ruas que também possuem suas histórias, entre elas a Rua 15 de Novembro que era considerada o centro financeiro da cidade de São Paulo, onde possuem inúmeras agencias bancárias e prédios comerciais. O local é frio, sem arborização, onde devido aos prédios altos e antigos deixam o ambiente escuro e apagado.
Seguindo a trajetória, fomos para o Largo São Bento que tem sua história diretamente ligada à história da cidade: ali estava instalada a taba do cacique Tibiriçá, que demarcava o limite do povoado que começava a se formar. A localização era estratégica: Tibiriçá, sogro de João Ramalho, cuidava da segurança daqueles amigos do genro que acabavam de chegar.
Em 1.864, o largo ganhou um chafariz projetado por um jardineiro francês, Fourchon, responsável também por um jardim cercado por grades, conforme os modelos europeus, com grama e árvores. A reurbanização tem um motivo forte: os dois maiores hotéis da cidade - o D'Oeste e o Miragliano estão instalados no largo e o movimento de pessoas era intenso. Jardim e chafariz desaparecem em 1.910, junto com o velho mosteiro e a igreja, para dar lugar a uma construção maior, projetada pelo alemão Richard Berndl. Os grandes prédios em torno da praça começam a aparecer a partir de 1.935.
A última transformação do largo São Bento veio com o metrô, durante a década de 70. O local foi transformado em canteiro de obras, cercado por tapumes, casas comerciais tiveram de ser desativadas. Durante algum tempo, foi um local evitado, devido às dificuldades de locomoção.
As pessoas voltaram com o término da linha do metrô e o largo ganhou um calçadão, bancos, jardins. No ano passado, com a comemoração dos 400 anos, foi reformado. Hoje o largo São Bento recebe diariamente cerca de 80 mil pessoas.
Continuamos no Largo São Francisco, que representa o início da vida estudantil e cultural da cidade. Ao lado do Convento, a Igreja de São Francisco é marcada pelo seu estilo simples, de beleza singela. Erguida em 1644, é hoje uma das poucas construções em estilo autenticamente colonial. Os afrescos de seu interior representam diversas cenas que contam a história dos padres franciscanos, mas o destaque deste templo fica com as três valiosíssimas imagens portuguesas; da Virgem, de São Benedito e de São Francisco. Esta última é considerada a mais bela imagem de Santo existente nos conventos franciscanos do país. Em 1827 foi instalada a Academia de Direito, depois Faculdade de Direito. Ali também funcionou, em 1852, a primeira Biblioteca Pública de São Paulo. São Paulo nesse período foi sobretudo um burgo de estudantes. Foi a Academia de Direito que principalmente arrancou a capital da província de seu sono colonial.
O Largo São Francisco é um caso típico de espaço definido pela apropriação do adro, que valoriza a presença de edifícios religiosos. Nos meados do séc. XVII iniciou-se a construção de um convento em taipa, por ordem da Ordem Franciscana, situado no extremo sul da Vila de Piratininga, próximo às encostas do ribeirão Anhangabaú. Em 1776, os frades franciscanos, incorporados ao convívio comunitário, criaram uma escola agregada ao convento. Os ensinos da teologia, da moral, da retórica e do latim, suscitaram a vinda de um número significativo de estudantes. Em 1827, um decreto do governo imperial, instituiu a Faculdade de Direito, que deveria ser instalada no Convento São Francisco.
Indo para nossa ultima parada (Praça da Republica), passamos pelo viaduto do chá, onde notamos que não possui área verde, há um grande numero de moradores de rua, usuários de drogas e menores infratores e é um local bastante freqüentado pela sociedade paulista, por ser próximo a ruas populares e pontos turísticos de São Paulo. No mesmo situam-se o shopping light e o teatro municipal de São Paulo, que são construções antigas e restauradas com o passar do tempo.
Na Praça da Republica nos decepcionamos com as condições ambientais do local, onde apesar do grande numero de arvores e da presença de um lago, a beleza se esconde em meio a tanta poluição e destrato a natureza, o espaço é amplo da qual poderia ser bem aproveitado por crianças, famílias e a sociedade de um modo geral, através de lazer. Essa prática é quase impossível devido às condições do local e do ambiente a sua volta, demonstrando abandono e descuido dos órgãos públicos responsáveis.
Concluímos que a cidade de São Paulo assim como tudo, tem seus pontos negativos e pontos positivos. É uma cidade maravilhosa para se viver, onde podemos contar com importantes monumentos, parques, museus e eventos de grande repercussão. São Paulo é o principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América Latina, sendo considerada a cidade brasileira mais influente no cenário global.
São Paulo está localizada junto à bacia do rio Tietê, tendo as sub-bacias do rio Pinheiros e do rio Tamanduateí papéis importantes em sua configuração. Tem a altitude média de 760 metros. O ponto culminante do município é o Pico do Jaraguá, com 1.135 metros, localizado Parque Estadual do Jaraguá, na serra da Cantareira, onde se encontra também a segunda maior floresta urbana do mundo, no Parque da Cantareira.
A poluição do ar na cidade é intensa, devido principalmente à enorme quantidade de automóveis que circulam diariamente na cidade. Além da poluição atmosférica a cidade sofre também com a poluição hídrica, concentrada em seus dois principais rios, o rio Tietê e o rio Pinheiros, que estão altamente poluídos.
Os lugares belos no Centro de São Paulo, que devido à correria do dia a dia, passamos por eles sem prestar atenção, mas com o olhar voltado diretamente para esses focos vemos a beleza escondida, atrás do trânsito caótico, da população, dos camelos, entre outros. Percebemos que muitas vezes viajamos atrás de atrações diferentes e não damos conta que dentro da cidade há várias opções de lazer e cultura. Muito nos impressionou a massa de turista que há aos redores do Centro Velho, e eles olham tudo com um olhar apaixonado, apreciando tudo e registrando tudo o que vê.
Alguns pontos nos chamaram atenção: a arquitetura antiga que predomina boa parte do Centro nos faz imaginar como teria sido no passado, pensamos que não havia tantos moradores de rua e havia um respeito maior com o meio ambiente, porque uns dos pontos negativos que encontramos foram muitos moradores de rua, sem a mínima condição para um ser humano, cheiro desagradável, em vários pontos que percorremos.
No trabalho de campo, reparamos muito na quantidade de moradores de rua existente em nossa cidade, mas se pararmos para olhar no bairro que moramos, a situação não é muito diferente já que também existe vários, a diferença é forma que olhamos, já que estamos acostumados a percorrer pelas ruas sem prestar atenção nestes detalhes e no trabalho que fizemos fomos exatamente com a intenção de se atentar a esses detalhes.
Outro ponto que nos chamou a atenção foi o descaso com a Praça da Republica que ao olharmos com calma vimos à beleza que ela tem, bem arborizada, lagos, uma pena que pareça abandonada, devido à grande quantidade de lixo que vimos espalhados por lá.
Não culpamos apenas os governantes responsáveis pela melhoria do Centro, culpamos também a própria sociedade, que muitas vezes sabe julgar e criticar, mas não fazem sua parte, não valorizam a cidade que vive, não cuidam do que é de todos, sujam, poluem, desrespeitam o meio ambiente e torna a cidade o que é hoje.
Com o trabalho de campo pudemos entender e perceber a importância da nossa cidade, do local maravilhoso que vivemos sua história e suas transformações, da necessidade de cuidarmos do nosso meio ambiente, para que todos possam usufruir do lazer e da cultura em um local adequado.
terça-feira, 8 de junho de 2010
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